Miastenia Gravis

É uma desordem neuromuscular caracterizada por fatigabilidade (cansaço) dos músculos voluntários após exercícios repetitivos.

O Dr. Malucelli possui longa experiência na medicina do tórax no Brasil e já realizou centenas de cirurgias em adultos e crianças.

Por que isso ocorre?

É uma doença autoimune (criada pelo próprio corpo) em que as células do organismo agridem a si mesmas.

Principais sintomas

Geralmente iniciam dos 17 aos 20 anos de idade. São classificados conforme a forma de comprometimento.

Miastenia ocular

Ocorre ptose palpebral (as pálpebras ficam baixas, tendendo a fechar os olhos, geralmente no final do dia ou após movimentos repetidos de abrir e fechar os olhos) e diplopia (visão dupla).

Generalizada

Comprometimento ocular, dificuldade de deglutição (engolir alimentos) e mastigação (mastigar alimentos torna-se cansativo), podendo evoluir para dificuldade de respirar. Geralmente a evolução é lenta e leva até 2 anos para o surgimento de todos os sintomas.

Como confirmar essa doença?

Nem sempre é fácil. Geralmente o médico solicita que o paciente abra e feche os olhos por 1 minuto. Após esse período as pálpebras baixam (ptose), confirmando a doença. Também pode ser feito através do teste terapêutico (usam-se drogas anticolinérgicas e aguarda-se o resultado), por testes de eletrofisiologia e estudo imunobiológico. Deve-se sempre realizar uma tomografia de tórax com contraste para pesquisar se há tumor do timo (timoma) associado com a miastenia gravis. Se isso ocorrer, deve ser feita a ressecção cirúrgica o mais breve possível.

Tratamento clínico

É feito com o uso de drogas anticolinérgicas (prostigmine-mestinon), corticóides, plasmaferese e drogas imunossupressoras. Poucas pessoas obtêm cura definitiva com esse tratamento. Esse tratamento geralmente consegue controlar a doença (manter com menos ou nenhum sintoma) e seu uso é geralmente para a vida inteira.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico, com a retirada do timo (glândula tímica), segundo a literatura mundial, pode obter melhora ou até a cura da miastenia em mais de 60% dos casos, desde que seja realizado antes de 2 anos do aparecimento da doença e, de preferência, até o estadiamento II-A de Osserman. Quando a cirurgia é feita após esse período, as chances de curas caem abaixo de 50%.

Antigamente esse tratamento era realizado por meio de um grande corte na região anterior do tórax (esternotomia), sendo considerada uma cirurgia de grande porte, com alto risco de vida (dependendo do estadiamento da doença), o que gerou críticas de alguns médicos. Após alguns trabalhos científicos, publicados na literatura mundial, chegou-se à conclusão de que, com uma cirurgia de muito menor porte, praticamente sem risco de vida, as chances de cura eram as mesmas ou melhores. Portanto, esse é o tipo de tratamento realizado atualmente. A cirurgia realizada atualmente para tratar o problema é a timectomia sem esternotomia.

A operação é realizada sob anestesia geral, por meio de uma incisão (corte) na região cervical (pescoço) de aproximadamente 7 centímetros, pela qual procede-se à retirada do TIMO (gandula tímica), sem a necessidade de cortar o osso esterno nem colocar drenos. O tempo total dessa cirurgia é de aproximadamente 1 hora. Geralmente a pessoa recebe alta hospitalar 24 a 48 horas após a cirurgia e pode retornar às suas atividades normais. Os resultados são definitivos (não surgem novamente), mas não são imediatos, podendo demorar até 2 anos para ocorrer em sua totalidade.

Pós-operatório e resultados

A maioria dos pacientes poderá sair do hospital 24 a 48 horas após a cirurgia. Não há necessidade de afastamento do trabalho nem de repouso. Utilizam-se analgésicos por 3 a 7 dias.

Resultados

Aproximadamente 36 a 52% dos pacientes têm remissão (desaparecimento) completa da doença; 43 a 56% apresentam melhora significativa. Ou seja, pelo menos 80 a 94% dos pacientes têm benefícios com o tratamento cirúrgico. Esses resultados podem levar de 6 meses a 2 anos para se manifestarem. Em aproximadamente 6 a 20% das pessoas operadas não há melhora aparente dos sintomas. No entanto, a intervenção não gera piora dos casos.